TDHA - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: diagnosticando e intervindo |
Escrito por Marilene Silva |
Sex, 19 de Setembro de 2008 17:15 |
O que vem a ser Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?É o nome dado, segundo a última classificação, ao que se popularizou por Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA). Na verdade é uma maneira de ser que acaba trazendo transtornos para a vida do indivíduo que tem esse tipo de funcionamento. Quem apresenta esse transtorno?Apresentam esse transtorno pessoas cuja bioquímica cerebral está comprometida e, portanto, absorve menos glicose em seu Lobo Frontal, o que compromete, inclusive, a liberação de dopamina (substância do prazer) e da endorfina. A pessoa passa a filtrar menos ou inadequadamente a quantidade e a velocidade de seus pensamentos e/ou ações. Quando ele se manifesta? A pessoa nasce ou não com o transtorno. Quem nasce com o TDA/H pode manifestá-lo durante toda sua vida. Ocorre, porém que algumas pessoas podem começar a ter os sintomas do transtorno em episódios estressores de sua vida e julgar que “ficou” com TDA. Essas pessoas passam a ter um “funcionamento” cerebral parecido com o portador do TDA mas na verdade a bioquímica de seu cérebro sempre foi correta, o que mudou foi o ritmo de sua vida e, assim, sua bioquímica sofreu alterações. Quais são as causas do TDHA? O TDA/H tem uma marcação genética, mas não necessariamente, é passado de pais para filhos, pois toda questão genética leva em si a questão da probabilidade. Existem fatores ambientais, neonatais, entre outros. O que ocorre é que o portador nasce com uma bioquímica cerebral que faz com o que o Lobo Frontal absorva menos glicose; assim, o Lobo Frontal (principalmente do lado direito) que funciona como um freio do funcionamento cerebral (resumidamente quantidade e velocidade de pensamentos) tem sua ação (de filtrar e frear) reduzida e a pessoa pensa mais e em maior velocidade. Quais são os sintomas mais comuns em quem sofre de TDHA?A condição básica para se dizer que uma pessoa tem o TDA/H é a hiperatividade mental. Os sintomas daqueles que sofrem com o TDA/H vão variar de acordo com o perfil de TDA existente no indivíduo. No quesito atenção, são basicamente dois parâmetros: atenção multifocada ou atenção rebaixada, que dão oportunidade para que o indivíduo com esse transtorno se enquadre em um dos três perfis: o tipo predominantemente hiperativo/impulsivo, o tipo predominantemente desatentivo e o tipo misto ou combinado. Existe um tratamento? Psicológico ou medicamentoso? Sim. Existem ambos os tratamentos. O Tratamento Psicológico agrupa estratégias cognitivas e de autocontrole com sessões que enfoquem o treino do autocontrole ou a psicoterapia de grupo, na qual as pessoas têm a oportunidade de saber que não estão sós. Há, ainda, a perspectiva da psicoterapia familiar sistêmica, na qual se busca restaurar a autoridade e as normas e chamar atenção às características de congruência e consistência dessas últimas. O Tratamento Medicamentoso trabalha com medicamentos psicoestimulantes (do lobo frontal) como: metilfenidato, anfetamina, pemolina; contudo, cada caso é um caso e somente o médico poderá, a partir de um exame criterioso e, preferencialmente, pautado em um diagnóstico multidisciplinar, orientar a medicação adequada para cada caso. Se em determinado caso a pessoa demonstra ser muito mais compulsiva para a comida ou para os gastos do que desatenta ou hiperativa, de nada adianta o médico erroneamente administrar um psicofármaco que atenda melhor esse perfil do transtorno. Quais são os cuidados que a escola e o docente pode ter?O Manejo do TDA/H na escola deve ser pautado num modelo que trabalhe as habilidades e competências dos alunos; com programas e ambientes de trabalho estruturados e sistematizados, que envolvam programas de modificação comportamental, em que os alunos sejam envolvidos em modelos ecológico-sistêmicos, passem por um treinamento sistematizado para seus hábitos de estudo e que a aprendizagem seja baseada na indagação e pautada no uso da tecnologia. E a família? O Manejo do TDA/H por parte da família deve garantir o afeto e cuidar da auto-estima da criança, adolescente ou adulto; o diálogo deve ser constante e deve-se trabalhar habilmente as situações de conflitos entre os pais e entre os irmãos. Minimizando momentos estressores que possam fazer com que os episódios que desencadeiam compulsões e ansiedade sejam menos freqüentes no ambiente doméstico. Para tanto, via de regra, a família necessita, igualmente ao paciente, de apoio psicoterápico e carecem da participação em grupos de apoio (com outros familiares), ações salutares que possibilitam relativizar as situações e bem administrá-las. Alguns estudos dizem que o TDHA é um dos transtornos menos conhecidos por profissionais da área da educação e até mesmo entre os profissionais de saúde. Como você vê essa questão? Os profissionais da área da saúde e da educação necessitam adquirir maiores conhecimentos sobre o transtorno, pois a cada dia a sociedade em que vivemos, chamada Sociedade da Informação está mais atualizada e com maior volume de dados e informações; muitos são os pais que, erroneamente, buscam se informar sobre o transtorno, contudo, sem orientação adequada sobre quais serão a base para formar seu conhecimento sobre o mesmo. Cabe aos profissionais da saúde e da educação acessar meios eficientes e eficazes para sua formação e se possível, transformar seu conhecimento em fonte correta de orientação e divulgação para os pais dos portadores do transtorno. Fale-nos sobre o curso a distância “TDHA – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: diagnosticando e intervindo”, a quem é dirigido e qual a importância deste conhecimento nos dias atuais?Sabe-se que a cada seis meses nosso conhecimento está defasado em relação às descobertas atuais sobre o cérebro e suas vertentes. O curso em tela traz ao clínico e ao educador uma poderosa ferramenta de formação, com fontes atuais e fidedignas, pois foi pautado nos estudos de Condemarín, Milicic e, é claro, aquele que tem sido considerado o mais notável pesquisador do transtorno, Russel A. Barkley. Trabalha-se, ainda, com a premissa da formação pragmática, assim, o material disponível no curso auxiliará, através de protocolos e guias, a avaliação, o diagnóstico do portador do transtorno e intervenção junto ao mesmo. |
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